sexta-feira, novembro 17, 2006

-- MOTAS NO CONTENTOR --

Ontem foi um dia difícil mas produtivo.

Sabendo à partida que tinha a minha agenda de compromissos para o dia em “overbooking” acordei logo em stress máximo a pensar como ia fazer para estar em dois sítios ao mesmo tempo. Estava assim com dois compromissos importantes, agendados por outros, para os quais não podia faltar. O primeiro era estar ás 14h00 nos armazéns da transportadora (ABREU CARGA) em St. Iria para carregar as motas no contentor e o segundo era estar numa reunião com um potencial patrocinador da Expedição ás 14h30 em Lisboa. Logo pela manhã a minha preocupação foi ir até à CAISMOTOR comprar umas cintas para segurar a mota do Philippe no contentor. A meia hora de arrancar para Lisboa sou informado de que a reunião das 14h30 tinha sido adiada para a próxima 2ª feira no Porto. Embora fosse uma reunião muito importante e esperada por nós, fiquei mais aliviado por saber que iria conseguir tratar pessoalmente da colocação das motas no contentor sem pressas nem stresses.

Chego por volta das 13h30 ás instalações da transportadora pronto para tratar do assunto. Não estivesse-mos nós em Portugal, o inspector da alfândega que é responsável por efectuar a vistoria da mota e emitir o despacho alfandegário ainda não tinha aparecido. Depois de duas horas de espera só por volta das 4 da tarde aparece o Sr. Inspector para fazer o trabalho que estava agendado para ser realizado pela manhã. Tudo bem! Vistoria feita e despacho emitido sem grande demora as motas já podiam dar entrada o contentor.

E assim foi, contentor com elas!
Ao começar a estudar a melhor forma de segurar as motas dentro do contentor logo percebi que as cintas que tinha trazido comigo (daquelas que estava acostumado a usar para transportar motas leves de cross em atrelados) não iam garantir a segurança das motas durante as brutalidades do transporte de Lisboa para Buenos Aires. O problema era que as cintas não eram suficientemente fortes para aguentar as motas de pé, com mais de 200 quilos e por não terem esticadores seria impossível dar-lhes a tensão necessária para a mota não baloiçar. Fiquei preocupado...comecei a imaginar abrir o contentor na Argentina e ter a mota feita em bocados. Graças à dedicação e empenho do Sr. Zé, que era a pessoa responsável pelo carregamento deste contentor, as minhas preocupações começaram a desaparecer e a encarar todo aquilo com mais optimismo. Sendo ele também um amante das motas e ex-proprietário de uma XRV ainda deu para trocar umas impressões e contar uma mentiras...Felizmente a solução para o nosso problema parecia estar resolvido. Com uns metros de cabo de nylon grosso, uma cinta daquelas “heavy duty” com esticador, desencantada na secção dos perdidos e achados e uns tacos de madeira o dia estava ganho. Conseguimos desta forma agarrar a minha mota em 4 pontos com tanta tensão que ficou presa ao chão como uma rocha. A XT do Philippe levou semelhante tratamento. Saí de lá eram 7 da tarde.

Desejo uma boa viagem ás “poderosas” e vemo-nos daqui a 25 dias na Argentina!!



O Grande Sr. Zé em acção!!


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