-- MISSAO CUMPRIDA !! --
Estamos vivos...
Tal como se previa foram 4 dias muito dificeis de puro off-road. Atravessamos a fronteira do Chile para a Bolivia a 5050 metros de altitude por uma rota muito pouco utilizada!!!
A 24 horas da nossa partida para a Bolivia a caravana ganhou mais um elemento. Enquanto passeava numa das ruas San Pedro de Atacama reencontrei (7000 kms depois) o Christopher, um Alemao que encontramos em Ushuaia que viaja sozinho numa Africa Twin. Como o seu destino era tambem o Salar de Uyuni desafiei-o a juntar-se a nós para a travessia do deserto do Atacama e depois do Salar.
09h00 da manha do dia seguinte estavamos prontos para arrancar. Enchi pela primeira vez o deposito da "poderosa", 56 litros!!! A combinacao de peso, altitude e subidas de montanha fez a nossa mota parece uma CASAL BOSS. Arrastavasse!!
Feitos os unicos 40 kms em alcatrao entramos no ripio que nos levava ate à fronteira com a Bolivia a 5050 metros de altitude. Pela primeira vez senti os sintomas da altitude. Dores de cabeca fortissimas, pressao no peito, nariz sangrento, muito frio e claro um cansaco tremendo.
Porque havia alguma areia no caminho e a mota estava muito dificil de conduzir a Tatiana teve que passar para o camiao onde foi bem mais confortável durante os seguintes dias. Com a mota mais leve e mais manejável o ritmo de viagem aumentou um pouco. Seguindo o ritmo das KTM's 950 , à saida de uma curva nao consegui evitar uma pedra que se encontrava enterrada no ripio o que provocou a minha primeira queda. Gracas a Deus eu nao tive nem um arranhao (gracas ao bom equipamento da Bering) mas a mota sofreu um pouco. Ao cair lateralmente a mala do lado esquerdo embateu no chao e soltou-se bem como os ferros de proteccao do deposito. Consequencias: deposito raspado, pisca partido, apoio das malas partido e um valente susto apanhado. Como nao podia voltar a colocar as malas antes de soltar o apoio das malas, toda a carga que transportava passou para o camiao. A mota ficou bem mais leve mas igualmente dificil de conduzir porque as suspencoes ficam muito rijas sem o peso da bagagem. Dormida num refugio de montanha.
No dia seguinte a caravana arrancou cedo. Os primeiros kms foram duros, pois havia muita pedra. Seguiram-se muitos kms no altiplano Boliviano, com extensoes enormes de areia. Parecia Marrocos. O nosso destino nesse dia o pequeno povoado de San Juan, ás portas do Salar. Dormimos num pequeno hostal onde nos prepararam o jantar. Carne de Lama com arroz e batatas fritas. Rijo como os cornos!!!
De manha tivemos que comprar gasolina em garrafoes a 1 euro por litro!! Mas é assim mesmo, quando nao há mais alternativas. Passados 10 kms a KTM dos Jason comecou a queixar-se do combustivel de fraca qualidade. Desmontámos os depositos e verificámos que no fundo havia água que estava misturada com a gasolina. Siga!!! Faltavam já poucos kms para chegar ao tao esperado Salar de Uyuni. Mas a espectativa e incerteza era grande. Pois a informacao que tinhamos era de que o salar estava com alguma água. E estava mesmo!! Ainda estivemos parados uns 30 minutos à porta do Salar pensando se seria boa ideia seguir com o plano em frente. O Jason e o Pete fizeram uma primeira viagem de exploracao ate ao salar para ver de facto quanta água havia. Voltaram 20 minutos depois meio apavorados e cobertos de sal. A decisao estava tomada vamos atravessar o Salar. Com algum receio o Alemao, Christopher optou por voltar para trás e fazer uma rota mais segura. O momento mais dificil foram os primeiro metros. Foi uma sensacao de enorme incerteza e receio pelas motas, pois era como se fossemos entrar mar a dentro de mota!!! Neste fizemos cerca de 50 kms em cima de água. Nos ultimos 10 a mota do Jason deixou de funcionar. Tinha água salgada em tudo o que era sistema electrico. Foi a reboque da outra KTM até à Ilha onde acampamos. De noite fez bastante frio, vento e alguma chuva, que nao era nada boa para nós. A "poderosa" esteve à altura da ocasiao, nunca me deixou mal!!
No ultimo dia tinhamos apenas para fazer 80 kms de salar até à cidade de Uyuni onde nos esperava um bom jacto de agua para lavar as motas. A mota do Jason durante a noite foi toda despida e lavada com agua doce que tinhamos em garrafoes. Nunca tinha visto reparar um mota atirando água para o sistema electrico.... Na verdade havia um contacto electrico totalmente oxidado que nao permitia o motor funcionar. O problema foi detectado e resolvido só de manha.
Em todos os kms feitos em cima do Salar apenas 10 estavam secos. Os piores foram os ultimos 2 kms que ligam o Hotel de Sal à margem seca. Pois é uma rota muito turistica onde passam diáriamente dezenas de jipes tornando o fundo mais profundo e mais mole, tipo areia. Um pesadelo, mas conseguimos passar sem cair nem "afogar" o motor!!!
Chegados à cidade de Uyuni a nossa preocupacao foi encontrar um jacto de água para tirar o sal das motas e do camiao. No final todos concordamos que foi uma experiencia inesquecivel mas que nao voltariamos a repetir. Ontem passei o dia inteiro de volta da mota. Fui soldar o apoio das malas e estive a lavar a mota peca por peca.
Amanha seguimos vaigem para a cidade de Potosi.
3 Comments:
Nuno e tati,
Adorei ler est ultimo post!!!
- Realmente esses dias ficam para uma vida, e nunca mais se esquecem!!
- A equipa realmente fica mui mais segura com outras motas e pelo menos 1 carro, e assim deve saber em correr por esses caminhos!
- Deve ser difícil descrever essas paisagens e sensações!
- Um mega abraçãooo!!
KIKO
hola
hola que bueno tener noticias que experiencia no saber que todo salio bien es reconfortante los seguimos desde la distancia con cariño doris tatita y chicos los queremos cuidense chao
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