sábado, março 31, 2007

-- VILLA TUNARI, COMUNIDADE DE RECUPERACAO ANIMAL INTI WARA YASSI --


As picadas de mosquito foram mais que muitas...

Urso bébé resgatado de uma rede de tráfico ilegal de animais






Chegada a Villa Tunari Os imprevistos da estrada entre Cochabamba e Villa Tunari









-- SUCRE, CAPITAL CONSTITUCIONAL DA BOLIVIA --

Aqui está uma grande verdade!! Um grande beijo para a minha cunhada Sofia! Christopher (Alemao) e eu nas ruas de Sucre

Edificio do Supremo Tribunal de Justica

sexta-feira, março 30, 2007

-- POTOSI, CIDADE DA PRATA --

Saida da mina

Figura religiosa Pachamama


Entrada da mina
A Mina de Potosi
O "Team"
Talho do Mercado Municipal

Cidade de Potosi vista da Mina
A casa da PLAYBOY na Bolivia!!

sexta-feira, março 16, 2007

-- MISSAO CUMPRIDA !! --
























Estamos vivos...

Tal como se previa foram 4 dias muito dificeis de puro off-road. Atravessamos a fronteira do Chile para a Bolivia a 5050 metros de altitude por uma rota muito pouco utilizada!!!

A 24 horas da nossa partida para a Bolivia a caravana ganhou mais um elemento. Enquanto passeava numa das ruas San Pedro de Atacama reencontrei (7000 kms depois) o Christopher, um Alemao que encontramos em Ushuaia que viaja sozinho numa Africa Twin. Como o seu destino era tambem o Salar de Uyuni desafiei-o a juntar-se a nós para a travessia do deserto do Atacama e depois do Salar.

09h00 da manha do dia seguinte estavamos prontos para arrancar. Enchi pela primeira vez o deposito da "poderosa", 56 litros!!! A combinacao de peso, altitude e subidas de montanha fez a nossa mota parece uma CASAL BOSS. Arrastavasse!!

Feitos os unicos 40 kms em alcatrao entramos no ripio que nos levava ate à fronteira com a Bolivia a 5050 metros de altitude. Pela primeira vez senti os sintomas da altitude. Dores de cabeca fortissimas, pressao no peito, nariz sangrento, muito frio e claro um cansaco tremendo.

Porque havia alguma areia no caminho e a mota estava muito dificil de conduzir a Tatiana teve que passar para o camiao onde foi bem mais confortável durante os seguintes dias. Com a mota mais leve e mais manejável o ritmo de viagem aumentou um pouco. Seguindo o ritmo das KTM's 950 , à saida de uma curva nao consegui evitar uma pedra que se encontrava enterrada no ripio o que provocou a minha primeira queda. Gracas a Deus eu nao tive nem um arranhao (gracas ao bom equipamento da Bering) mas a mota sofreu um pouco. Ao cair lateralmente a mala do lado esquerdo embateu no chao e soltou-se bem como os ferros de proteccao do deposito. Consequencias: deposito raspado, pisca partido, apoio das malas partido e um valente susto apanhado. Como nao podia voltar a colocar as malas antes de soltar o apoio das malas, toda a carga que transportava passou para o camiao. A mota ficou bem mais leve mas igualmente dificil de conduzir porque as suspencoes ficam muito rijas sem o peso da bagagem. Dormida num refugio de montanha.

No dia seguinte a caravana arrancou cedo. Os primeiros kms foram duros, pois havia muita pedra. Seguiram-se muitos kms no altiplano Boliviano, com extensoes enormes de areia. Parecia Marrocos. O nosso destino nesse dia o pequeno povoado de San Juan, ás portas do Salar. Dormimos num pequeno hostal onde nos prepararam o jantar. Carne de Lama com arroz e batatas fritas. Rijo como os cornos!!!

De manha tivemos que comprar gasolina em garrafoes a 1 euro por litro!! Mas é assim mesmo, quando nao há mais alternativas. Passados 10 kms a KTM dos Jason comecou a queixar-se do combustivel de fraca qualidade. Desmontámos os depositos e verificámos que no fundo havia água que estava misturada com a gasolina. Siga!!! Faltavam já poucos kms para chegar ao tao esperado Salar de Uyuni. Mas a espectativa e incerteza era grande. Pois a informacao que tinhamos era de que o salar estava com alguma água. E estava mesmo!! Ainda estivemos parados uns 30 minutos à porta do Salar pensando se seria boa ideia seguir com o plano em frente. O Jason e o Pete fizeram uma primeira viagem de exploracao ate ao salar para ver de facto quanta água havia. Voltaram 20 minutos depois meio apavorados e cobertos de sal. A decisao estava tomada vamos atravessar o Salar. Com algum receio o Alemao, Christopher optou por voltar para trás e fazer uma rota mais segura. O momento mais dificil foram os primeiro metros. Foi uma sensacao de enorme incerteza e receio pelas motas, pois era como se fossemos entrar mar a dentro de mota!!! Neste fizemos cerca de 50 kms em cima de água. Nos ultimos 10 a mota do Jason deixou de funcionar. Tinha água salgada em tudo o que era sistema electrico. Foi a reboque da outra KTM até à Ilha onde acampamos. De noite fez bastante frio, vento e alguma chuva, que nao era nada boa para nós. A "poderosa" esteve à altura da ocasiao, nunca me deixou mal!!
No ultimo dia tinhamos apenas para fazer 80 kms de salar até à cidade de Uyuni onde nos esperava um bom jacto de agua para lavar as motas. A mota do Jason durante a noite foi toda despida e lavada com agua doce que tinhamos em garrafoes. Nunca tinha visto reparar um mota atirando água para o sistema electrico.... Na verdade havia um contacto electrico totalmente oxidado que nao permitia o motor funcionar. O problema foi detectado e resolvido só de manha.
Em todos os kms feitos em cima do Salar apenas 10 estavam secos. Os piores foram os ultimos 2 kms que ligam o Hotel de Sal à margem seca. Pois é uma rota muito turistica onde passam diáriamente dezenas de jipes tornando o fundo mais profundo e mais mole, tipo areia. Um pesadelo, mas conseguimos passar sem cair nem "afogar" o motor!!!
Chegados à cidade de Uyuni a nossa preocupacao foi encontrar um jacto de água para tirar o sal das motas e do camiao. No final todos concordamos que foi uma experiencia inesquecivel mas que nao voltariamos a repetir. Ontem passei o dia inteiro de volta da mota. Fui soldar o apoio das malas e estive a lavar a mota peca por peca.
Amanha seguimos vaigem para a cidade de Potosi.

sábado, março 10, 2007

-- MUDANCA DE PLANOS !!! --

Estamos de volta ao Chile, em San Pedro de Atacama!
Nesta viagem os planos mudam rápidamente. Estamos agora a viajar em grupo, somos no total 8 pessoas com 4 nacionalidades diferentes, deslocamos-nos em 3 motas e 1 camiao 4x4. Os ultimos 4 dias foram para mim um pesadelo. Desde que saimos de Salta a minha saude nao tem estado famosa. Comecei por sentir uma ligeira febre e uma indisposicao geral. Nao, nao é dengue!!! Estou bem melhor agora!!

A nossa caravana saiu de Salta em direccao ao deserto do Atacama no Chile. Tivemos pela nossa frente mais uma travessia dos Andes, uma estrada muito bonita, cheia de curvas e subidas que nos levou até a uns incriveis 4701 metros de altitude. Ao que parece a "poderosa" nao gosta muito de andar com pouco oxigenio. Durante toda a subida ate ao todo tem tivemos problemas a mota só se queixou quando comecamos a descer. Parecia que a mota estava sem gasolina, simplesmente a gasolina nao estava a chegar aos carburadores. Estranho!! A solucao é esperar 1 ou 2 minutos e ela volta a pegar. Ontem voltei a sentir-me realmente mal novamente com um pouco de febre mas pior de tudo foram os sintomas da altidude. É realmente necessário alguma adaptacao a estas condicoes. As nossas forcas parece que nao existem e fica-se cansado só de tentar respirar. Passamos a noite num Hotel a 3500 metros onde nao consegui dormir nada com a falta de ar que sentia. Assistimos de noite a uma tempestade electrica impressionante. Ao acordar era evidente que nao conseguia conduzir a minha mota. Assim ontem a "podrosa foi conduzida pelo Pete, e eu viajei comodamente no "Beast". Foi uma experiencia muito diferente viajar de camiao pela forma como se aprecia a paisagem mas especialmente pela velocidade patética a que nos deslocámos. Com a altitude tambem o motor V8 do "Beast" teve grande dificuldade em fazer andar as suas 4 toneladas de peso bruto. Houve subidas, nao muito acentuadas, que tivemos que as fazer em primeira velocidade e em redutoras a 10 kms/h!!! Nao dá para acreditar!! Podem imaginar o consumo deste menino nestas condicoes, 25 litros aos 100 kms. Passámos a fronteira para o Chile no "Jasso de Jama" a 4300 metros de altitude e atravessamos todo o altiplano a cerca de 3500 metros ate comecar a descer para San Pedro de Atacama, um povoado no meio do deserto que é um ponto de passagem obrigatório para todos os backpackers e overlanders que viajam pela regiao do Atacama. A amplitude termica foi enorme, 11 graus a 4000 metros e 32 a 2500 metros.
Ao chegar a San Pedro de Atacama tivemos que passar novamente pela "Aduana" para fazer a importacao temporária dos veiculos. "Just for the record", segundo os funcionários aduaneiros fui o primeiro "Tuga" a entrar por esta fronteira com um veiculo próprio. Espectáculo!!
Hoje de manha finalmente troquei o pneu traseiro por um novo em folha. Penso que vai ser importante ter um pneu novo para o que nos espera nos próximos dias. Depois deste dia de descanso vamos amanha entrar na Bolivia em direccao ao Salar de Uyuni. Vao ser 500 kms de puro off road com ripio e muita areia e esperamos chegar a Uyuni dentro de tres dias. Estamos a preparar as motas e o camiao com muita gasolina e muita comida, pois nos próximos 3 dias vamos estar realmente longe da civilizacao. Espero que tudo corra bem!!

Esperem pelas fotos...

Até daqui a uns dias!!!!!!

domingo, março 04, 2007

-- 60 DIAS NA ESTRADA --























Foram duas semanas sem terem noticias nossas... desculpem mas nem sempre nos é possivel aceder a um computador que funcione decentemente. Aqui ficam as novidades:


Deixámos a nossa família Chilena de Concepcion no fim de semana anterior, mais precisamente no Sábado. Que experiencia!!! Foram 8 dias memoráveis, repletos de novos acontecimentos e coisas para fazer. Depois da ressaca do casamento a semana comecou em busca da peca para a "poderosa". Com a ajuda preciosa do Ivan e do Carlos (dois dos filhos) e após percorrer sem sucesso todas as lojas de motas da cidade, incluindo dois dealers oficias HONDA, a solucao encontrada foi mandar fabricar uma peca igual num torneiro mecanico. Embora fosse uma peca muito simples o seu fabrico acabou por sair um pouco caro. No final acabámos por pagar 18.000 pesos que sao cerca de € 28,00. Nao havia outra solucao e o problema ficou resolvido em 3 dias.

No dia do meu aniversário, 20 de Fevereiro, passámos todos o dia na praia onde a Tatiana e eu nos banhámos pela primeira vez no oceano Pacífico. A água é fria!! De noite fizeram um valente assado em minha homenagem e cantaram-me o "cumple años" em castelhano. Muito divertido!! Tivemos também a oportunidade de conhecer a Universidade de Concepcion, onde o Ivan e o Alejandro estudam e onde também o Pai dá aulas de engenharia. Dentro da universidade visitámos os museus de oceanografia e de medicina legal. Este último é um bocado mórbido mas muito interessante. Em todos os aspectos fiquei impressionado com a universidade, mas em especial com a sua enorme dimensao com a quantidade de cursos disponíveis no menu. Ao nível de qualquer boa universidade na Europa. Enfim foi uma semana muito rica e variada que nos permitiu conviver de perto e ao vivo com pessoas e cultura chilena. O que mais nos marcou nesta experiencia foi o enorme apoio, ajuda e carinho que estas pessoas nos deram. Fomos tratados e recebidos tal como se fossemos parte da família. Penso que foi um convivio muito genuíno, muito informal e sem aquelas cerimónias europeias que por vezes tornam a convivencia desconfortável. Por exemplo, na tarde que chegámos a casa vindos da praia nao havia água nas torneiras, provocado por uma ruptura na conduta de distribuicao. Como é evidente, e com tanta gente em casa, era preciso tentar conter as nossas necessidades fisiológicas até à vinda da água. Por azar, no dia anterior tinha comido um potente "poroto granado", uma especie de cozido de favas, e estava aflito para... evacuar. Aflito mesmo!!! Para aguentar melhor aquele enorme sofrimento mantive-me entretido e sentado durante algum tempo em frente ao computador até nao aguentar mais a situacao. Já com suores frios e as maos a transpirar, passando pela sala de estar onde todos estavam a ver na televisao o conhecido festival musical de Viña del Mar, fui de emergencia à cozinha buscar um saco de plástico prevendo o pior. Ao prefazer a distancia de 10 passos que separava a cozinha da casa de banho, já pálido e com enormes dificuldades para andar direito gritei em castelhano "Ai que me cago!!!" e fui a correr para a casa de banho fazer o exorcismo... gracas a Deus nao foi necessario o saco de plastico pois o depósito de água do autocolismo nao tinha sido utilizado e estava cheio e deu para mandar o "demónio" de volta para o inferno sem deixar rasto no caminho. O moral da história é que se eu tivesse feito muita cerimónia com aquelas pessoas que mal conhecia em usar a casa de banho mesmo sabendo que nao havia água nos canos, acontecia das duas uma: ou me cagava todo sentado em frente ao computador enquanto escrevia este blog ou me cagava todo correndo rua abaixo com o saco de plástico na mao tentando encontrar um descampado amigo. Sejam sempre genuinos e informais!! Nunca se sabe quando a cerimónia a mais pode atrapalhar. A partir desse dia senti-me realmente que já fazia parte da família.


Com tudo isto eu e a Tatiana tinhamos uma decisao importante a fazer. Ou ficavamos mais tempo com eles em Concepcion ou partiamos em direccao ao Norte da Argentina para encontrar os nossos amigos Ingleses que transportavam o nosso preciouso novo pneu traseiro. A decisao nao foi facil e a despedida foi muito emocional. Todos tivemos uma lágrima no canto do olho!!


Assim toda a semana passada foi de viagem. O nosso primeiro objectivo foi atravessar novamente a fronteira para o lado Argentino e subir em direccao a Mendoza onde nos encontrámos com o Jason e o Peter (KTM 950) que tambem iam na mesma direccao para encontrar o Greg e a Alexis em Cafayate. Foram dias intensos de viagem com muito calor, rípio e grandes altitudes. Aqui estamos em Cafayate com a bifalhada que bebe muito!!! Ouvimos ontem nas noticias que há fortes inundacoes no Norte da Argentina e Bolivia, para onde nos dirigimos. Pior é que com as chuvas e com as cheias há tambem um surto de "denge" nestas regioes!


Devo referir que estou impressionado com a quantidade de kms que o nosso pneu traseiro aguentou. O Continental TKC 80 aguentou fácilmente 10,000 kms com uma mota muito carregada, muito ripio e alcatrao escaldante. Impressionante!! Embora ja tenha comigo o novo pneu traseiro (Metzeler Karoo) vou rodar mais uns kms com o Continental até ao seu limite que será na entrada da Bolivia. O pneu da frente ainda aguenta mais uns bons kms.

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